Banco Central mantém revisão de regras financeiras na gestão Bolsonaro

Banco Central mantém revisão de regras financeiras na gestão Bolsonaro

Mesmo com a mudança de governo, os ajustes no setor financeiro terão continuidade. As regras para a adoção do chamado open banking e para os pagamentos instantâneos no país devem ser editadas pelo BC (Banco Central) nos próximos meses, já sob a gestão de Jair Bolsonaro, dando continuidade a mudanças que tiraram o sono dos bancos brasileiros sob o governo de Michel Temer.

O open banking dá acesso a dados bancários dos clientes, apenas com autorização deles, a outras empresas, para maior oferta de serviços e competição. Como exemplo, no Reino Unido bancos passaram a ser obrigados a informar porque um pedido de empréstimo foi negado, e essa análise de crédito pode ser compartilhada com outra instituição para que o consumidor tenha acesso ao dinheiro.

Já os pagamentos instantâneos tendem a tirar das bandeiras de cartão de crédito e da estrutura atual de transferências bancárias a exclusividade do mercado. As regras não foram criadas, mas as operações serão centralizadas no BC.

Ainda não há no radar estimativa de impactos sobre a receita dos bancos quando as duas medidas saírem do papel, mas, levando em consideração mudanças adotadas no mandato de Ilan Goldfajn na presidência do Banco Central, o efeito pode ser grande.

Goldfajn deixará o cargo quando Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro, for aprovado no Congresso.

Os bancos não se manifestam, mas as regulações dos últimos anos custaram bilhões. As perdas foram em despesas para criar e adaptar sistemas tecnológicos e em redução de receitas com tarifas e juros.

A mais expressiva das mudanças implementadas até agora foi limitar o uso do rotativo do cartão de crédito por um mês, medida adotada em abril de 2017. Após o período, bancos precisam migrar o cliente para uma linha parcelada e de juros mais baixos.

Os juros dessa linha caíram de quase 500% para cerca de 260% ao ano, no dado mais recente divulgado pelo BC.

A inadimplência —apontada pelos bancos como um dos itens que impede a queda de juros no crédito—  não mudou e ronda os 35%.

 

Fonte: Folha de SP

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *